Sobre um pudim e o ano que se inicia
- Ana Basaglia
- 3 de jan. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 4 de jan. de 2022
Dias atrás minha filha caçula quis fazer um pudim de leite, daquele simplesinho que toda menina já quis fazer – e fez – em casa (pelo menos as meninas da minha geração). "Mãe, me ajuda?". Claro, vamos lá, começamos pela calda de açúcar queimado. Que eu não sei fazer direito, porque quando era meninota uma vez deixei queimar, ficou horrível, nunca mais fiz direito, acabo tirando do fogo ANTES do que devia... Dessa vez não foi diferente, a calda ficou aguada, daí o pudim ficou feioso, ainda que gostoso.
Fiquei refletindo quanto aprendizado é possível a partir de um evento tão simplório.
Se eu quiser fazer BEM uma coisa, qualquer coisa, mesmo uma coisa facinho, eu preciso primeiro ir lá e FAZER, claro. Dar a cara a tapa. Pegar uma receita, ou fazer de cabeça (1 lata de leite condensado, a mesma medida de leite, 3 ovos), e FAZER. Sair do lugar de inércia, ou de terceirizar, e FAZER.
Depois, se não saiu do meu gosto, INSISTIR e fazer de novo e de novo, até ficar bem-feito – ou do meu agrado. Não desistir. Se não estiver dando certo, vale procurar aprender com quem sabe mais, procurar outro caminho, mas não desistir mesmo. Ter resiliência.
Isso vale pra pudim ou pra qualquer outra coisa nessa vida.
Né não?...
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2021 me espremeu até seus últimos minutos. Coisa louca. Por aqui tivemos gripe H3N2, Covid, pedra nos rins, tumor diagnosticado, bate-bocas, desencontros, desrespeitos, irritações mil, tudo rondando meu entorno próximo.
Mas sou grata: tivemos também um teto confortável sobre nossas cabeças, dinheiro para nossos gastos pessoais e alguns agradinhos (presentinhos de Natal!), cachorrinha nos amando e outros afetos presentes, as condições de saúde preocuparam mas não nos derrubaram, as discussões resolvi deixar morrer ao vento (maktub).
Acho interessante como nossas perspectivas podem mudar, dependendo do nosso status emocional e das nossas ESCOLHAS conscientes, não?
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Daí li hoje esse textinho bacanudo do Alex Bretas, que achei precioso demais, e resolvi replicar aqui, quase que pra servir como um mantra!
CAPRICHO CONSIGO MESMO
Capricho é diferente de perfeccionismo.
Capricho é cuidado, perfeccionismo é obsessão.
Capricho é atenção amorosa aos detalhes, perfeccionismo é egocentrismo focado em metas fixas.
Capricho é se apaixonar pelo processo, perfeccionismo é se desesperar para atingir um resultado.
Talvez você até saiba ser caprichoso com os outros, especialmente com quem você ama. Mas será que você sabe ser caprichoso consigo mesmo?
Ser caprichoso com o próprio corpo.
Ser caprichoso com o seu intelecto.
Ser caprichoso com o seu Eu artístico. Com a sua alma criativa.
Tudo isso envolve desenvolver um relacionamento sério consigo mesmo. Apreciar a própria companhia, radicalmente. Desligar o piloto-automático de quando estamos sós.
Quantos anos você tem? Pois essa é a idade do seu relacionamento consigo mesmo. Depois de tantos anos, você não vai deixar essa relação esfriar, certo?
O capricho consigo mesmo é uma ponte para a aprendizagem profunda, pois são nesses momentos de capricho que você cria tempo para descobrir e lapidar suas paixões e propósitos mais significativos.
Então, não perca tempo: cancele agora mesmo aquela reunião chata (e crie um espaço-tempo sagrado para você mesmo no lugar).
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Desde o final da semana, tô com dor de cabeça, dores pelo corpo, dor de garganta. Estado febril, sem apetite. Olfato continua ok. São sintomas da ômicron (tive contato com contaminados pela Covid em 24 e 25/dez, antes de serem dignosticados e isolados). Ou sintomas da gripe H3N2.
Não dá pra afirmar o que é sem fazer exame, sei disso. Paciência, vou continuar em casa, isolamento social, máscaras etc e tal.
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Quero muito registrar os novos projetos para 2022, mas agora não, porque vou deitar um pouco...

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