Muita coisa me atropela, mas eu insisto em desatropelar!
- Ana Basaglia
- 13 de mar. de 2021
- 3 min de leitura

Dias atrás, foi mesversário da morte dos meus pais. Infelizmente essas datas estão adquirindo um caráter pesado e diferente do que imaginava (ou desejava), eu mal vinha percebendo isso, tão doída que andava. Mas neste mês, o 9º desde que eles faleceram, me deu um click! As pessoas não dão (pro mundo, pra vida, pra você) aquilo que elas não têm. Se não têm sensibilidade, COMO esperar receber sensibilidade delas? Se não têm compromisso com relações reais e verdadeiras, COMO achar que elas farão algum esforço concreto para se conectar com você? Se elas não acessam os próprios sentimentos, COMO acreditar que elas conseguirão mediar alguma coisa pra você, mesmo você dando todo o roteiro?
Meus pais morreram, e a vida segue. Se tem gente me ajudando a seguir, ótimo. Se não tem, tudo bem, eu sigo mesmo assim. Sou adulta e independente, agora compreendo isso num grau extremo, como nunca antes tinha entendido.
Tenho aprendido muito nesses tempos. Não sei se 'aprender' é o termo correto. Tenho refletido muito, sentido, pensado, um processo de ebulição mental intenso. Mas não posso ficar só no mental, devo cuidar disso. Preciso sentir, intuir, fluir, confiar. Preciso também amar e ser amada, respeitar e ser respeitada, colocar limites e respeitar os limites dos outros e, principalmente, os meus. Conversa de maluco? Parece, mas não é...
Sobre consumo – um passo de cada vez!
Sobre diminuir o consumo de roupas/cacarecos – um passo de cada vez! Diminuí imensamente as compras bobas. Mas aconteceram alguns 'escapes'...
Um vestido mara e baratex, num site de roupas usadas/recicladas, não resisti à pechincha e comprei. Já usei também, feliz da vida.
Um livro incrível e importante, lançamento brasileiro, must read que explica o embroglio que nos metemos, puf! Quando vi, já tinha apertado o 'confirma' no site, chegou ontem, vou ler, prometo!
E o sutiã... ah, o sutiã! Não preciso usar sutiã. Sei – e concordo – com o conceito do #freethenipple. Gosto e fico confortável sem sutiã. Estou em casa, não me sinto pressionada a me posicionar em relação a isso, faço/uso o que quiser. Mas também gosto e USO sutiãs levinhos, rendados, delicados. É um auto-cuidado, um auto-amor, me sinto bem e bonita (provavelmente meu gosto foi moldado por esse tipo de 'pressão externa' que conhecemos bem, mas foda-se, eu gosto, eu me sinto bem, eu conscientemente não desejo me livrar de nenhuma pressão do sutiã).
Esse preâmbulo todo, agora vamos à história: no último ano de pandemia, tenho apenas 3 sutiãs levinhos, rendados, delicados, adequados ao uso em casa, pois não apertam, não pressionam, não nada, são realmente gostosos de vestir. Pois um deles RASGOU na secadora. Fiquei tão tão tão triste, como se tivesse perdido uma roupa carésima de alguma marca famosa. Num período de outras tristezas, o rasgo do sutiã representou muito mais que um rasgo, foi mesmo um corte violento numa situação confortável que NUNCA mais será como antes.
Comprei outros sutiãs (mais 3, aliás). São bons, entre pechinchas e valores ok. Mas são OUTROS sutiãs, não são aquele sutiã de antes, que eu estava acostumada... (que, aliás, não existe mais na loja pra comprar)
Costurei o sutiã rasgado. O remendo ficou ok, provavelmente dará pra voltar a usar, ainda não testei. Mas agora é OUTRO sutiã, né, remendado, fragilizado, talvez precise mesmo ser aposentado, mesmo com relutância...
Assim, com a história do sutiã, matei 2 coelhos com uma cajadada só: respeitei minha auto-estima e compreendi um processo maior, de que coisas, situações, e até relações e pessoas, uma hora se modificam, se transformam e podem até se esvair – e é assim mesmo.
Ainda não sei como classificar essas compras, de acordo com aqueles critérios elencados no mês passado (ver aqui), mas tá tudo certo, sigamos.
Essa semana começam as aulas do Doutorado. Minha provável orientadora (que foi a orientadora do Mestrado) me escreveu, dizendo que 'queriam me dar' pra outra orientadora (que não me quis no Mestrado), mas que ela LUTOU por mim, assim, é provável que AMBAS sejam minhas orientadoras. É, a vida não me é difícil mas também não me é fácil! kkkkkkkk
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