top of page

Maktub

Atualizado: 31 de jan. de 2024



18 meses do falecimento do meu pai e da minha mãe.

Fico sensível com essa data, e claramente apenas eu fico assim.

Família (nuclear) já superou, ninguém toca mais no assunto. Se for ver bem, nunca tocaram, de livre e espontânea vontade. Acho, de verdade, que vivo no meio de pessoas insensíveis ou anestesiadas, eu que não tinha percebido isso antes. Pior, eu CRIEI assim algumas dessas pessoas.

Não, não esperava que eles estivessem se descabelando, claro que não. Mas né... Natal tá chegando, tempo de celebrar a conclusão de mais um ano que está se encerrando (e que ano), tempo de encontrar pessoas queridas, de reunir os mais próximos, de louvar afetos... Podia ser tempo de partilhar uma palavrinha carinhosa entre quem os conheceu, ainda que morrer velhinho seja o curso natural de uma vida vivida em toda sua possibilidade...


***

Ando lendo aos poucos os quadrinhos do Harari, aquele que fala sobre o nascimento da humanidade, o Sapiens. É uma leitura bacana – acho que é por isso que vou aos poucos, sorvendo mesmo, sem pressa (acabei de ver que lançaram o volume 2, posso acelerar um pouco a leitura! kkk). O Big Bang 'surgiu' a 14 bilhões de anos, nossos ancestrais mais distantes apareceram a 2,5 milhões de anos, hoje a Terra possui quase 8 bilhões de pessoas. Alguém poderia questionar, o que pode significar duas pessoas no meio de 8 bilhões, que importância isso teria? Tem importância SIM. Estamos falando do Pedro e da Neguinha (ok, Conceição, se incomodar o apelido da infância dela, galega dos olhos verdes), pessoas com nome e sobrenome, com personalidades próprias, com acertos e erros, com lutas, conquistas, alegrias, tristezas, que deixaram descendentes, histórias, registros, afetos e certamente alguns desafetos, paciência. São meus pais. Eles importam pra mim. Eles existiram e foram parte desses 8 bilhões, não podem ser invisibilizados. Eles importam. Todo mundo importa. [menos o bozo e sua familícia, #fato]


***

Ontem vi um post de uma jornalista-celebrity chorando no Instagram. Comecei a assistir, achei meio apelativo, geralmente acho desnecessário (deselegante? desconfortável?) esse way of life de hoje, onde as pessoas fazem questão de se mostrar vulnerável na frente de uma tela, pra milhares de outras pessoas, muitas desconhecidas. Mas fui assistindo e fui me conectando com o que a moça tava falando, e acabei entendendo sua motivação: a gente é ser social, a gente existe a partir das trocas que consegue estabelecer com os outros; às vezes nossas emoções são tão intensas que não dá pra guardar apenas conosco, a gente sente um impulso incontrolável de partilhar com os outros. E daí que alguém acha deselegante essa partilha??? Se ela se sentiu conectada com algumas pessoas, mesmo atrás de uma tela, e se se sentiu em paz após a partilha das suas impressões e emoções, que sorte a dela! Reconheço: eu, do outro lado, chorei também. E depois fiquei em paz também.

Curiosamente, um dos motivos dela estar chorando era a constatação da saudade da mãe, mesmo depois de mais de 20 anos de sua morte... Forte.


***

Semestre tá acabando mesmo. E sim, tô dando conta das coisas, bem menos difícil do que achei que ia ser... eu sou ph*da mesmo! kkkkk


***

Outras coisas estão acabando também.

Resta saber se vou conseguir saltar desse trampolim, se vou conseguir falar animadamente "gay Paris", se vou tirar tuuuudo mesmo de debaixo deste tapete, guardar o que merece ser guardado, deixar ir embora o que não serve mais, enrolar o tapete, guardar na prateleira certinha e ir viver outras experiências, ou se vou escolher sair à francesa, mas vou...

Não fez sentido pra você, caderninho? Pra mim, fez! ;-)

 
 
 

Opmerkingen


Formulário de inscrição

Obrigado(a)

  • Instagram
  • Instagram
  • Instagram

©2023 por Timo/Uniqua.

bottom of page