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E sigo grata, apesar dos atropelos



Faz tempo que não escrevo aqui. Mas ando escrevendo em outros lugares, não tô tão empacada assim...

Entretanto, acho importante essa obrigação, não, esse compromisso de vir registrar, aqui e no meu caderninho físico (siiiiim, tenho isso tb), os pensamentos que pululam na minha mente inquieta. Pq escrever é um ato de escolha, um amadurecimento, um acontecimento. A gente ESCOLHE o que colocar no papel, e ao fazer isso a gente está refletindo conscientemente sobre o assunto, né? Eu acho que é isso, esse tem sido meu processo.


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As aulas do Doutorado retomaram e, desta vez, no modo presencial. É ruim mas é bom. É ruim pq tem um gasto de energia se arrumar, sair de casa no horário certo, pegar trânsito, sem esquecer da tralha toda (caderno, agenda, canetinhas coloridas – kkk –, referências etc), sem a chance de alcançar aquele livro bacana que vc pensou no último minuto. É bom pq a gente VÊ e CONVIVE com pessoas reais, interage com elas, a vida adquire um tom vívido, do jeito que vc tava acostumado desde sempre…

Então essa retomada foi uma lufada de ar fresco na minha vida, que bênção! E, nessa toada, fui levada a avançar numa ação que eu disse que queria, mas quando disse isso, esse querer existia apenas no campo dos desejos, das ideias, mas agora isso avançou concretamente…

Pois a gente precisa atentar com as coisas que deseja, né? Elas podem ACONTECER!

Vamos ver, os próximos dias serão decisivos, acho... ui!


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O tratamento dentário chegou na última etapa, a 3, que é a que mais me interessa, pois trata da estética. Com um orçamento absolutamente caro. E eu, do alto dos meus desejos, disse SIM. Tenho dinheiro? Objetivamente, não. Mas o horóscopo que fiz ano passado disse que eu não me apertava com dinheiro. Então, confiando nisso, a lôka, eu disse sim. Vamos ver se isso acalma minha frustração de décadas…


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Por falar em décadas... por muitos anos, na minha vida adulta, achei que eu de-vi-a me sentir confortável convivendo com minha família, no matter what. Eu realmente achava que sim, que mesmo em momentos de incômodo, isso era bobeira minha, que eu tinha que conviver e pronto, que isso era o certo, que eu estava agindo certo. Eu também realmente acreditava que havia vontade genuína de convivência entre todas essas pessoas (não só do meu lado).

Hoje não sei se as coisas são assim tão mundo-cor-de-rosa, acho que não. Só agora, aos 55, percebo que podemos, que devemos fazer ESCOLHAS. Escolha de estar ali, escolha de conviver ali, escolha de estar junto.

Como é desafiador ser o titular das suas próprias escolhas, né?

Tenho 3 filhos. Com 2, essa escolha da convivência continua sendo fácil de ser feita, e toda vez que nos encontramos a convivência rola confortável. Com 1, isso anda ficando difícil. Curiosa e frequentemente, me parece que este 1 é o filho que terceiriza sua própria escolha da convivência, deixando a cargo de terceiros. O que será que eu não ensinei a esse filho, onde falhei?... [acho, às vezes, que tem a ver com o patriarcado que nos envolve, mas esse será tema pra esmiuçar em outro momento]


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A vida não para. Com ou sem escolha. Fui jantar na casa do sobrinho, não são só meus filhos que tateiam nessa questão das escolhas, boa parte da família me parece que mal sabe o que está fazendo nesta vida… Mas não me lembro de, qdo eu era mais jovem, estar fazendo esse tipo de questionamento existencial. Por outro lado, sinto uma enorme tristeza por não poder mais falar a esse respeito com o outro lado geracional, meus pais. Pior, a mim não parece que eles também se fizeram esse tipo de pergunta… Acho que a ET sou só eu mesmo. Ô cabeção, dá uma trégua, plis.


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Fui almoçar na casa do meu irmão, aniversário da cunhada. E sim, mesmo achando que eles também não se fazem muitas perguntas existenciais (ou fazem, mas eu não sei nada das perguntas deles), ali eu sinto que estou/estamos por ESCOLHA consciente nossa, e isso me parece bem suficiente hoje. Ainda bem que continuamos conseguindo manter esse espaço familiar de convivência mútua, apesar do distanciamento que ocorreu a partir do falecimento das pessoas mais velhas da nossa família… não acho que até a geração dos meus pais esse distanciamento fosse comum, acho que é um fenômeno social mais recente mesmo. Meu outro irmão morando fora, famílias nucleares numericamente menores, ausência de almoços frequentes, casas menores, menos dinheiro nas famílias (ou outros objetivos, com o dinheiro existente), descompromisso com a convivência familiar 'obrigatória', os motivos podem ser muitos. Ou seja: é mesmo um privilégio e motivo de alegria poder reconhecer que ESCOLHEMOS estar juntos hoje. Sou grata.


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Já parou pra pensar nas... abelhas? Trabalho em equipe, saber o que precisa ser feito (e fazer), priorizar o coletivo, ter excelente memória, e a equidade e o senso de justiça permeiam suas relações. Ando cansada de ver tanto individualismo nas relações sociais/pessoais, deve ser mais fácil viver numa sociedade de abelhas... mas estudos começam a apontar que elas podem estar em rota de extinção. Pai eterno, eu só gosto das coisas "erradas" mesmo! kkkkkk



 
 
 

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