Caindo, tropeçando, levantando, seguindo...
- Ana Basaglia
- 21 de mai. de 2022
- 3 min de leitura
Faz tempo que não escrevo aqui. Constância, cadê você?
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Fui num evento no final da semana, organizado por uma conhecida, para um público parental. Nesse período meio pós-pandêmico (pq a pandemia NÃO acabou de fato, sei disso), tinha pouca gente presente e gente on-line. Achei interessante, reconfirmou algumas coisas pra mim:
- as pessoas precisam desse olho-no-olho pra conseguir se conectar adequadamente; revi gente querida, relembrei histórias, dei risada, e sei que o inverso aconteceu também!
- mães e pais têm uma chance maior de viverem sua parentalidade de maneira mais respeitosa, tranquila, amorosa se tiverem a oportunidade de ouvirem seus pares falando como entendem/indicam/recomendam/lidam com a educação dos filhos de modo respeitoso, tranquilo e amoroso. É um círculo muito perfeito!
Mas o mais interessante foi o insight pessoal que veio um dia depois: esse encontro era uma cópia quase idêntica ao encontro que eu e uma produtora querida fizemos em 2016, na raça e na coragem, com o principal autor da Timo. Aquela equipe de duas mulheres era potência pura e SIM, fez história e moldou os outros encontros parentais que vieram depois na cidade, ainda que pouca gente reconheça isso. S. querida, saudade de tu, tens meu reconhecimento eterno da nossa sinergia e do teu trabalho poderoso!
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Uma das minhas professoras preferidas do Doutorado acabou de perder a mãe, que morreu subitamente. Isso me impactou muito, porque me remete a esse estado de ficar remoendo a própria existência, as relações parentais e filiais, a vida toda.
Além disso, a disciplina dela está sensacional, ao conectar as 3 ecologias de Guattari (3 saúdes, psíquica, social e meio ambiente) com o design, e ainda provocar reflexões sobre o sonhar, a criatividade, o coletivo. Que acerto estar estudando agora.
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Falando no Doutorado, quase (quaaaaase) que consegui uma bolsa pra passar um ano pesquisando fora. Fica a dúvida: a bolsa não saiu porque não me dediquei totalmente, ou a bolsa não saiu porque me acorvadei na reta final, ou a bolsa não saiu porque não era pra ser mesmo?
De toda maneira, SIM, que acerto estar no Doutorado agora, mesmo!!!
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Dia desses minha filha do meio pegou Covid, decidiu ir até o PS, e foi. Coração ficou pequenininho. É uma escolha minha, mas também é uma necessidade da minha vida, dar espaço pra ela lidar com as demandas da vida dela. Eu não tenho nenhuma dúvida que ela sabe o que faz, e eu a admiro profundamente por isso. Mas sim, coração aqui ficou pequenininho.
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A velhinha amiga da minha sogra mandou meme do Naro no zap, fiquei enlouquecida... Como uma mulher ainda compactua com esse criminoso, com o tanto de informação que temos? Escrevi textão, desisti de mandar, depois enviei um link do site Aos Fatos, que coleta as informações diversas postadas na internet e checa a veracidade delas. Em 1200 dias de desgoverno até aqui, são mais de 4 mentiras contadas todos-os-dias. Deixei a velhinha na pasta dos arquivados, depois desarquivei, porque ela manerou na resposta, disse que os memes eram de uma colega dela... Insisti que política se discute SIM, é a partir de uma troca respeitosa de ideias que o grupo social amadurece, evolui, se entende, convive.
Minimamente é isso, mas né... na minha própria casa vivo com uma pessoa que acha que isso é besteira... Não sei por que continuo por aqui...
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A sensação de que estou tropeçando na esteira da vida, em pleno funcionamento, me atinge quase que diariamente. COMO seguir sem se deixar contaminar por essa sensação de urgência que nos paralisa, que nos prejudica, que nos atrapalha de compreender o que verdadeiramente importa?

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