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2 conexões, 1 cisão



Hoje conversei com 2 autoras que represento aqui no Brasil. Elas moram em Londres, eu estou em SP, conversamos pela tela do computador, que beleza essa tecnologia! Foi uma hora e pouco de atualização das novidades, de olho no olho, de reaproximação, depois de um tempo enooorme de apenas "hi"and "hello" teclados no celular. Contei do meu ano difícil, elas falaram do lockdown severo por lá. Meu inglês não é perfeito e anda enferrujado, mas a comunicação fluiu perfeitamente bem. Sei que fiquei feliz com a conversa, sei que elas também ficaram. A gente tem um tipo de afinidade, depois me dei conta, que nos conecta imediatamente, mesmo se ficarmos muito tempo sem nos falar. Eu tenho a sorte de ter esse tipo de pessoa na minha vida: gente que eu sei, sem precisar elaborar racionalmente, que é AMIGA e que consegue conectar comigo sempre que a gente quiser/precisar. Se a gente morasse perto, ia ser best friends com certeza!


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Estou terminando de editar/preparar um livro, pra lançar nos próximos dias pela Editora Timo, que se chama "Mamãe desobediente". O texto, escrito por uma jornalista espanhola em 2019, é sensacional. Por que ele representa praticamente TUDO que eu e minhas amigas da Matrice vimos refletindo nos últimos 15 anos! Maternidade, feminismo, parto, aleitamento, direito de escolha, autonomia, respeito aos mais frágeis, esses são os grandes assuntos que permeiam minha vida adulta. Às vezes com mais intensidade, às vezes permeado pela batalha pela sobrevivência e criação dos filhos, o fato é que os temas abordados no livro são os MEUS temas. Como alguém que eu mal conheço consegue descrever tão bem todo meu ativismo? Se eu morasse perto da Esther, a gente ia ser best friend também!


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Os pais do M., idosos, estão lidando de maneira muito inadequada com a ajuda que recebem (por que precisam) para suas rotinas diárias; também se mostram bem relutantes em aceitar o isolamento por conta da pandemia. Isso tem causado inúmeros conflitos e discussões, chegando a ofensas e mágoas. A coisa escalou bastante nos últimos anos e quando o descaso atingiu G. tomei a decisão de me/nos afastar (não sou obrigada a conviver com quem não respeita filha da gente, né?). Ontem vimos o senhorzinho de quase 90 anos caminhando pela rua escura, 19h, devagarinho e frágil. M. reclamou veementemente. Hoje a senhorinha ME ligou, coisa que não faz há meses, com a desculpa de falar da faxineira. Meus olhos reviraram/reviram sem parar até agora. A certa altura, ela decidiu que cansou da conversa e quis desligar o telefone ~na minha cara~. Cortei o papo, me despedi imediatamente. Eu moro perto, convivo há mais de 40 anos e NÃO, não percebo afinidade, respeito, conexão, mesmo depois de tanto tempo. Não-tenho-conexão-com-eles. Não dá pra ser best friend de quem não respeita você. Vida loka.

 
 
 

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